quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Campo, numeral, o simples e o descanso...



Correndo... parando um pouco para descansar, era mais que chuvoso, mais que tempestuoso... e floresciam os trigais no campo, o campo nascia e sua existência ganhava sentido a cada espiga saída que deixava os domínios do advento,figurando um patrimônio fixo, cúbico em desabstração. Tal realidade está destituída dos pormenores infíxos, munidos da perecidade que lhes são próprias.
A fixação do espectro consciente em função de prerrogativas demarcadas em origens inaturais, na própria origem da mesma, estão por sua vez, variáveis e desmarcadas, uma vez que um numeral de significância substancial terá de ser interpretado em configurações que lhe sejam exteriores ao significado, possibilitando ao sistema externo uma gênese e um parir do entendimento tal que em partes sempre existiu, porém, dá-se a luz a um recém nascido a cada composição inaugurada pelo sistema. A palha no roçado também descansa agora, o seu tesouro já madurara, a fome que, é mãe, está segura nas mãos das mães com fome que, nas mãos dos que se foram, que nunca foram cativos de saciedade, não se soltam. Foram aqueles Centauros de outrora que plantaram as raízes do que alimenta a alma e o sangue, com sabedoria e santidade capazes de calar a fome sem matá-la. Junto das sementes, lançaram a origem do eterno que cresce com os vegetais, que na mão do simples alcança a mão do campo e a mão dos Centauros pais. Assim, eles dão a eternidade aos movimentos dos três, que juntos são os quadrigêmeos que se fazem e refazem, um após o outro, um sendo o outro, um gerado pelo outro tendo todos os quatro, um dentro e fora do outro.

Era um casaco muito confortável, feito com palha seca que também descansa. Uma deita-se no roçado e outra sob as costas do roceiro. Esse, ilumina as estações do ano. Assim se trabalha na colheita para, um dia, deitar-se as costas sob o solo que todos os dias segura o simples dando toda a firmeza de que este necessita. Neste dia poderá ser coberto também com a palha seca, que descansará sobre este, permitindo o seu descanso seguro, como assegurava o tesouro antes quando ainda era verde, esperando calma a mão do simples que com fome vem colher o fruto, despir-lhe de sua palha que agora cobrirá o solo.
E as palhas sempre descansam mas sem nunca estarem cansadas...

Mosiah Schaule.

Nenhum comentário: